Um convento do século XVII, Convento das Maltezas, em Estremoz, abriu as suas portas há menos de um ano para receber um centro de Ciência Viva dedicado ao Planeta Terra – Um Planeta Dinâmico, com cerca de 70 módulos científicos que permitem aos visitantes compreender a complexa relação entre os processos geológicos activos no nosso Planeta. Neste novo centro de ciência é possivel assistir a uma erupção num vulcão de 4 metros de altura e conduzir uma bicicleta solar, entre outras actividades. Estes módulos são apenas alguns dos desafios que se podem encontrar. Tudo isto na presença da única réplica de um esqueleto de um Tyrannosaurus rex existente em Portugal.
A exposição temporária Evolução: resposta a um planeta em mudança e uma videoconferência possivel no final, complementam a oferta deste espaço de divulgação científica aos visitantes.
Existe ainda a possibilidade de ser efectuada uma saída de campo a uma das pedreiras de mármore da região, cuja exploração é feita a céu aberto, fazendo-se o desmonte segundo pisos de 5 a 10 metros de altura. As pedreiras de planície, como a que visitei, desenvolvem-se em poço, apesar deste tipo de exploração ser penalizada em termos de impacto ambiental causado pelas escombreiras. A profundidade da pedreira visitada, atinge os cinquenta e tal metros, que ezpantará certamente os visitantes pouco habituados a estas profundidades. Por razões de segurança os monitores escolhem uma das pedreiras menos profundas para ser visitada. Os visitantes concluem ainda que neste local o jazigo de mármore é explorado com o mínimo de desperdício de rocha, tendo sido desenvolvida uma técnica de desmonte com uma máquina que possui um fio diamantado, que como o nome esclarece, utiliza o diamante junto com um jacto de água para arrefecimento, para efectuar o corte da rocha.
Na parte terminal da visita ao local de exploração de mármore, pode-se recolher amostras de mão, de mármore estremenho, que possui uma cor branca, praticamente imaculada, que o torna muito apreciado em muitos países do mundo, chegando inclusive a ser vendido para outros países provavelmente com outra origem que não a portuguesa. Para além da cor desta rocha metamórfica, a textura e a granulometria ajudam a definir os vários tipos de mármore. A variedade existente na região é considerada valiosa em termos de propriedades exibidas,
que a torna elevada em termos de qualidade e custo associado. As diferentes tonalidades que podem surgir derivam da presença de impurezas, por exemplo, como o caso dos óxidos de ferro e manganês, na estrutura da rocha.
A exploração de mármore, uma das actividades mais marcantes da região de Estremoz e Vila Viçosa é bastante antiga pois data do tempo dos romanos. A comprovar este facto destacam-se os vestígios existentes da actividade extractiva na zona de Vila Viçosa. Pode-se assim, romper por um dia, as paredes dos laboratórios de geologia para ir ao encontro do material exposto, interagindo, experimentando e descobrindo os vários aspectos abordados no centro.
O centro de Ciência Viva de Estremoz revelou estar bastante actualizado relativamente aos novos programas que são leccionados nas escolas portuguesas para a disciplina de Biologia/Geologia, na componente da Geologia, para o 11º ano de escolaridade.
Para mais informações consultar: http://www.estremoz.cienciaviva.pt/
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