Não vou chamar a atenção para o drama dos orangotangos, no que ainda permanece da floresta tropical, na ilha de Sumatra - a mesma que foi afectada pelo drama do sismo e tsunami que afectaram a região, em Dezembro de 2004. Hoje chamo a atenção para outra situação, igualmente catastrófica, para com um dos nossos parentes mais afins do mundo animal: o dos gorilas -de- montanha, que vivem no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo.O principal perigo para estes primatas é o de viverem num local rico em carvão vegetal, que constitui uma das principais fontes energéticas do país.
A comunidade local e internacional deve aperceber-se da importância destes mamíferos quer para a biodiversidade quer do ponto de vista da história da evolução da espécie humana. Claro que as ameças aos gorilas não se ficam por aqui e para além das ameaças naturais, como a dizimação das populações pelo vírus ébola, há ter em conta a morte provocada pela ocupação do mesmo território que os humanos, a caça furtiva em busca da pele ou carne ou razões ainda mais mórbidas, como o achar-se que uma mão de gorila dá um lindo cinzeiro; muitas são as ameaças às populações que ainda sobrevivem.
E não pensem que os gorilas não são inteligentes. Estudos recentes mostraram uma gorila fêmea, no Congo, a usar um pau para medir a profundidade da água de um lago, antes de o atravessar. Este facto vem confirmar que todos os hominídeos são capazes de utilizar ferramentas.
Quanto à exploração de carvão no Congo a continuar, ao mesmo tempo que o produto geológico desaparece o planeta assiste à perda de mais uma espécie que como todas as outras, interessa preservar.
O programa Ambiental da ONU declarou o ano 2009 como o ano Internacional do Gorila.
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