Tuesday, May 01, 2007

ALOÉ VERA DA MODA

Nos dias que correm é difícil encontrar, como diziam há tempos um dos gatos mais fedorentos da televisão portuguesa, alimentos com sabor a eles próprios; por exemplo, batatas fritas com sabor a batata frita ou iogurtes com sabor apenas a iogurte e por aí adiante. Estes e outros alimentos foram substituídos e erradicados da prateleira dos supermercados para dar lugar a uma panóplia de produtos alimentares muitíssimo modificados em relação às suas características iniciais, no que respeita ao aspecto e sabor finais. Tudo isto a propósito de um destes dias me ter deparado, numa ida ao supermercado com uma novidade: iogurtes com novo sabor, o aloé vera. Este facto levou-me a uma pesquisa posterior no sentido de encontrar resposta, assim de repente, para uma questão que para mim, seria um tanto antinatural. Champôs e cremes amaciadores do couro cabeludo e cremes hidratantes para as mãos e pés com aloé vera tinham conquistado, à conta da indústria e da publicidade, o seu lugar nos produtos dermatológicos de uso quotidiano. Utilizar derivados da planta para produtos desta categoria ainda tem alguma razão de ser pois parece que o aloé vera tem propriedades (?) que ajudam na regeneração e reestruturação da pele. Outra propriedade do aloé vera é a de funcionar como poderoso anti séptico. Por conseguinte, como explicar racionalmente a sua utilização em iogurtes? Se nunca ninguém comeu aloé vera fica de repente com vontade de comer? Coloquei esta questão ao maior especialista em Botânica em Portugal e mesmo a nível mundial, Doutor Jorge Paiva, que garantiu que andamos todos a ser enganados sobre a dita planta. Prometeu ainda, para breve, um artigo científico sobre o assunto. Fico ansioso à espera. Entretanto vou mas é comer um iogurte com sabor a iogurte.

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