FEROMONAS E S. VALENTIM

O dia de S. Valentim começou a ser comemorado por estas bandas há cerca de 10 ou 15 atrás, se não me engano. Tenho pelo menos consciência que nem sempre se deu importância à data como nos dias de hoje. Este facto deve-se, tal como em outras situações à hegemonia norte-americana, até numa data como esta, que não fazia parte dos hábitos dos portugueses. A acrescentar a isto, a voracidade dos comerciantes cá do burgo, com a necessidade de fazerem mais uns cobres pois isto está mal para o negócio e vai daí toca a vender almofadinhas aos corações, postalinhos, peluches feitos na India ou na China e outras quinquilharias. O nosso povo gosta de sentir que faz parte do mundo desenvolvido e que diabo, ainda por cima somos europeus portanto toca a comemorar o S. Valentine's Day.

Se na antiguidade havia crenças na existência do Elixir do Amor hoje sabe-se que a atracção física entre duas pessoas está relacionada com uma via de sinalização química que ocorre, com a intervenção de feromonas também produzida por outros animais como é o caso das abelhas e dos cães (daí a expressão até os bichinhos gostam???).

Esta substância está presente no suor e actua nos seres humanos levando à alteração dos seus comportamentos.

Há algum tempo, quando estava a fazer uma formação acerca da evolução sexual e selecção natural na faculdade em Coimbra, fiquei a saber que alguns cientistas descobriram que os seres humanos tendem a escolher para seu par alguém com um sistema imunológico o mais diferente possível do seu.

Um estudo realizado com mulheres que cheiraram camisolas anónimas, impregnadas de suores de diferentes homens concluiu que as mulheres preferiam os que têm um sistema imunitário diferente, dizendo que lhes faziam lembrar antigos namorados ou o actual companheiro, e por outro lado gostavam das camisolas dos homens com sistemas imunológicos parecidos com os seus, pois faziam-lhes lembrar membros da família (pais ou irmãos).

Uma coisa é certa, as feromonas actuam no ser humano de um modo inconsciente, alterando a maior ou menor atracção por outro ser do sexo oposto. Com base nisto, a indústria está a desenvolver cada vez com maior intensidade produtos como perfumes, que contêm a hormona e que em teoria pretendem transformar qualquer um, numa espécie de predador sexual. Apesar dos efeitos serem discutíveis, a verdade é que o negócio está cada vez mais florescente, pelo menos aqui pela net.