O dióxido de carbono é um dos gases que mais contribui para o efeito de estufa terrestre. Embora hoje ao falar de efeito estufa se associe imediatamente a algo de prejudicial, este fenómeno é indispensável à vida na Terra pois sem ele, viveríamos nuns desconfortáveis -19ºC.
Um equipa de cientistas da Universidade Fernando Pessoa do Porto, liderada pelo geólogo Lemos de Sousa, encontra-se a estudar a possibilidade de utilizar as minas abandonadas que fazem parte da Bacia Carbonífera do Douro para sequestrarem o dióxido de carbono nas massas carboníferas, concretamente na antracite.
Confusos?
O método pretende injectar nos poros e nas fracturas desses carvões, o dióxido de carbono que passa a ficar guardado para a eternidade no seio dos carvões. Ao penetrar nos espaços vazios dos carvões, o gás empurra para fora o gás natural - chamado metano do carvão, podendo este constituir uma alternativa energética importante.
Na Europa, apenas a Noruega utiliza os jazigos petrolíferos no mar do Norte para proceder a esta técnica de sequestração geológica do dióxido de carbono nas massas petrolíferas. Mas este é ainda um processo que faz parte da especulação científica.
Existe um conjunto de incógnitas essenciais que falta compreender: se o ritmo de entrada e fixação do CO2 no carvão for inferior ao ritmo de produção do gás pelas empresas o processo deixa de ser interessante do ponto de vista industrial. Outra incógnita é saber a profundidade necessária para fixar o gás no carvão pois esta poderá corresponder a um valor onde já não existam jazigos carboníferos. A qualidade da água que resulta do carvão também é afectada tendo que ser tratada antes de entrar nos circuitos de distribuição.
Entretanto, com a crise do petróleo, a maioria dos países desenvolvidos incluindo os da União Europeia vão voltar-se de novo para o carvão como nova alternativa ao petróleo para a produção de energia. E sabemos bem as consequências da queima dos carvões: mais emissões de CO2 para a atmosfera. Quando se tenta resolver os males gerados pela formação de CO2 este facto parece contraditório, não?
A solução será definir quais as bacias a explorar para produção de energia e quais as que serão utilizadas para sequestrar o gás atmosférico com efeito de estufa.
E as fontes de energia renováveis? Bem, a energia eólica e a energia fotovoltaica ainda não constituem verdadeiras alternativas para alimentar a economia das empresas a nível mundial.
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