O diário britânico Observer publica hoje o resultado de uma investigação sobre o facto da marca norte-americana GAP vender roupa fabricada por crianças na Índia. Mais uma marca a juntar-se a muitas violadoras dos direitos fundamentais da criança.
As crianças, das quais as mais jovens têm dez anos e que trabalham para uma empresa subcontratada do grupo no bairro de Shahpur Jat em Nova Deli, a capital indiana, interrogadas por um jornalista do Observer, evocaram longas horas de trabalho não pago, ameaças e maus tratos.
As crianças produziam camisas da gama Gap Kid que deviam ser vendidas no Natal, segundo o jornal. «Na Gap pensamos firmemente que em nenhuma condição é aceitável que crianças fabriquem ou trabalhem no fabrico de vestuário», indicou o grupo com sede em São Francisco num comunicado citado pelo jornal.
"É claro que um dos nossos fornecedores violou esta acordo e um inquérito completo já está em curso", precisa o grupo.
A Gap retirou as peças de vestuário em causa das suas lojas e convocou uma reunião com os seus fornecedores para reforçar a interdição de trabalho das crianças, indicou ainda.
Em 2004 a GAP lançara uma auditoria social sobre a produção da sua roupa que revelara casos de trabalho forçado, de trabalho infantil, de salários inferiores ao mínimo legal e de castigos corporais.
No seguimento desta auditoria, o grupo tinha denunciado contratos com 136 fornecedores responsáveis de abusos.
O ano passado, a GAP rescindiu contratos com mais 23 outros fornecedores após verificação de situações condenáveis, acrescenta o diário. Quantas mais situações semelhantes existem verdadeiramente? Em Portugal o trabalho infantil existe, segundo os últimos dados, principalmente no norte do país, uma vez que é aí que se concentra maioritariamente o tecido empresarial ligado à industria do calçado e das confecções texteis.
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